Aprender Mitologia no jardim do Museu: A Fauna e a Flora
Filomena Barata
Sem a menor dúvida, a Mitologia, essa narrativa que atravessa o Tempo milenar, revela-nos crenças; histórias; saberes; divindades, e, através delas, um sistema ecológico único em que Deuses, Homem e Natureza se abraçam.
Uma vez mais, tentaremos, através da observação de alguns elementos da Fauna e da Flora, falar dos Mitos que contêm elementos fundamentais para o conhecimento das mentalidades, herdeiros que somos desse saber colectivo.
Ver neste mesmo blogue:
http://ascidadesdalusitania.blogspot.com/2014/07/especies-animais-de-mirobriga-e-suas.html
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Fauna é a esposa de Fauno,
deus dos bosques e planícies que protege os rebanhos e culturas, cujos oráculos
se conhecem através dos murmúrios das árvores, Fauna é protectora das
mulheres contra a esterilidade.
No festival da Faunalia, que se celebrava a 5 de
Dezembro, as pessoas do campo com grande alegria e banquetes, fazia referência
a Fauno como deus da agricultura e do gado.
Também o deus Silvano (lat. Silvanus) divindade das
florestas (lat. silva – donde deriva o nome) que mais
tarde passou a ser identificado com o deus Fauno ou com o Pã grego. Alguns
autores descrevem-no como filho de Saturno e outros de Fauno.
Tal como Fauno, era um deus puramente romano e, também como ele,
tinha por atribuição proteger as atividades
pastoris. Silvano guardava os bosques e se dizia-se que foi o
primeiro a separar as propriedades nos campos
Os pássaros e as Aves
Voar
sempre foi o sonho dos humanos. Certamente por esta vontade, pela Liberdade que
representa, ou talvez porque as aves estão mais perto do Céu, foi, desde a
Antiguidade, a capacidade de voar foi atribuída a inúmeras divindades.
Mas
existem também na Mitologia personagens a quem a possibilidade de voar
demasiado alto foi castigada, como Ícaro, que acabou por sucumbir quando tentava
abandonar Creta.
Entre
as divindades aladas não podemos deixar de referir Hermes,
o Mercúrio dos romanos, mensageiro de Zeus e dos deuses, protector dos
viajantes, mercadores e ladrões. Mercúrio tem como atributo o capacete, o
bastão e as sandálias aladas, servindo-se delas para que pudesse cumprir
rapidamente a sua função.
Também
é sabido que as aves e pássaros são associados a um conjunto enorme de rituais
no Mundo Antigo e que a observação do seu voo e das suas vísceras permitia
interpretar as vontades dos deuses, estando essa interpretação a cargo dos
Áugures.
Certamente
não será por acaso que alada é a deusa Vitória, a os
generais romanos agradeciam pela nas guerras bem sucedidas.
Lucerna com Pavão. Museu Nacional de Arqueologia
Século I d.C.
«Lucerna de volutas, de tipo itálico Dres.15. De bico redondo, orla lisa. Decoração moldada no disco representando um pavão de frente, de cabeça virada para a esquerda e cauda aberta. Pasta beje com engobe castanho. No fundo, marca MVN.TREPT.» Fotografia e comentário a partir de:http://www.matriznet.dgpc.pt/MatrizNet/Objectos/ObjectosConsultar.aspx?IdReg=139704
O
galo - o animal do Tempo e da Luz, é atributo de
Mercúrio, e o deus mensageiro é, por vezes, representado cavalgando um galo. É o símbolo do Tempo, sendo-lhe, em algumas associações
mistéricas ou iniciáticas, atribuído o papel de vigilante, mas também o do
início do caminho da Luz, pois é ele que anuncia o nascer do dia e do Sol. É o
Renascer. Sendo o símbolo solar por excelência, representando a “luz nascente”,
era consagrado aos deuses solares como Apolo, divindade que também simboliza o
dia que se levanta, mas aparece outrossim associado a divindades lunares.
Já nos «Versos de
Ouro» de Pitágoras se recomenda «alimentai o galo e não o imoleis, pois ele é
consagrado ao Sol e à Lua».
Não obstante, em Roma,
a ave é sacrificada a Esculápio, deus da saúde e da medicina e filho de Apolo.
O galo associa-se ainda a Afrodite/Vénus, pois o jovem Aléction, encarregado de acordar os dois amantes - Vénus e Ares/Marte de forma a que não fosse conhecido por Hefesto/Vulcano e tendo adormecido, sofreu grande punição. O seu sono permitiu que Hélio denunciasse a Hefesto/Vulcano o adultério, tendo sido metamorfoseado em Galo (alektyón) e obrigado a cantar todas as madrugada, antes do nascimento do sol.
Ver: Junito de Souza Brandão, Afrodite
http://templodeapolo.net/mit_seres_divinos_ver.asp?ID=3459&value=Afrodite&sec=Mitologia&sub=Mitologia%20Grega&aut=Junito%20de%20Souza%20Brand%C3%A3o&esp=Deus&liv=Mitologia%20Grega,%20v1.&rev=&usu=Odsson%20Ferreira
O galo associa-se ainda a Afrodite/Vénus, pois o jovem Aléction, encarregado de acordar os dois amantes - Vénus e Ares/Marte de forma a que não fosse conhecido por Hefesto/Vulcano e tendo adormecido, sofreu grande punição. O seu sono permitiu que Hélio denunciasse a Hefesto/Vulcano o adultério, tendo sido metamorfoseado em Galo (alektyón) e obrigado a cantar todas as madrugada, antes do nascimento do sol.
Ver: Junito de Souza Brandão, Afrodite
http://templodeapolo.net/mit_seres_divinos_ver.asp?ID=3459&value=Afrodite&sec=Mitologia&sub=Mitologia%20Grega&aut=Junito%20de%20Souza%20Brand%C3%A3o&esp=Deus&liv=Mitologia%20Grega,%20v1.&rev=&usu=Odsson%20Ferreira
A coruja - símbolo
da sabedoria ou da inteligência desde a antiguidade grega, a coruja é, tal como
o galo e a serpente, um dos atributos da deusa Atena, e foi associada ao oculto
e ao sobrenatural, possivelmente devido a seus hábitos noturnos e aos pios que
emite.
Pátera
da Lameira larga, com o Mito de Perseu. Mueu Nacional de Arqueologia
|
Diz ainda a Mitologia que, por se terem recusado a participar
nos mistérios de Dioniso, o Baco dos Romanos, a ninfa Leucipe foi transformada
por Hermes em Mocho e Arcipe em Coruja.
A águia - A águia, essa ave de rapina tão presente no Mundo Romano, aparece conotada com a ressurreição e a imortalidade. Por ter a capacidade de voar muito alto é símbolo do Sol e do céu (morada dos deuses).
A águia - A águia, essa ave de rapina tão presente no Mundo Romano, aparece conotada com a ressurreição e a imortalidade. Por ter a capacidade de voar muito alto é símbolo do Sol e do céu (morada dos deuses).
A águia simbolizava, em Roma, o
poder e por isso era usada nos estandartes das legiões a partir de 104 a. C.
Serpente - A
serpente a parece associada a Apolo que matou a serpente Píton que vivia numa
caverna do monte Parnaso e se transformou em serpente para se unir a Dríope,
filha do rei Dríops.
Mas
vemos ainda a serpente associar-se a Júpiter , Hermes; Esculápio, Perseu e à
Medusa.
A
serpente simboliza a renovação pois muda a sua pele todos os anos.
O deus
Esculápio tem-na no seu bastão, motivo pelo que ainda hoje as farmácias tenham
como símbolo este animal, pois a divindade era protectora da saúde.
Escultura de Hércules – Museu Nacional de Arqueologia
Este
baixo-relevo do Museu Nacional de Arqueologia, representando homem nu, barbado,
de pernas abertas levantando uma maça com a mão direita por cima da cabeça
enquanto segura com a esquerda o corpo de uma serpente trata-se de Heracles ou
Hércules em luta contra a Hidra de Lerna, a serpente de múltiplas cabeças que
renasciam quando cortadas e cujo sopro mortal provocava devastações nas
colheitas e nos rebanhos. Representa um dos “doze trabalhos” que o herói
A
serpente aparece ainda associada ao Génio, simbolizando a força espiritual e
vivificante dos homens, pois todos se fazem acompanhar dessa divindade
individual que o acompanha e protege até à morte, dos imperadores e dos deuses,
a exemplo do Génio de Júpiter.
Rã - é um
animal que, em muitas culturas, aparece associado à renovação, ao despertar da
natureza que se anuncia através do seu “canto”. Genericamente as rãs são
associadas à Mãe-Terra, e à fecundidade materna.
A
divindade com cabeça de rã, Hécate, é uma deusa da terra, com poderes sobre a
vida e a morte, senhora de poder dar vida ou envenenar alguém. As rãs e os
sapos têm sido associados ainda a bruxarias, pois é comum que os encontremos
como ingredientes indispensáveis nas poções mágicas, ou em determinados
cemitérios, visando atingir, fechando-lhes a boca, de molde a fazer mal a
alguém.
Coelho/lebre -
Era
conhecida a abundância de coelhos em toda a Hispânia que foi salientada
pelos Romanos, havendo referências a esse respeito em Estrabão.
Os coelhos aparecem ligados à noção de Fertilidade e, por isso, estão ligados à
velha divindade Terra-Mãe.
De algum modo o coelho da Páscoa é a continuidade da ideia de regeneração da
vida sob todas suas formas.
Fragmento de caixa em marfim de Época Romana. Apresenta, em baixo relevo, uma lebre deitada sobre as quatro patas. É proveniente da Necrópole do Olival do Senhor dos Mártires. Museu Nacional de Arqueologia
A Flora
«Mas, antes de tudo, venera os deuses e
oferece à magna Ceres os sacrifícios anuais devidos, celebrando-os nos prados
ridentes, quando o inverno chegou ao ser termo e a primavera serena já se
anuncia. Nessa ocasião estão nédios os cordeiros e os vinhos têm o melhor
sabor; o sono é aprazível, e são densas as sombras nos montes. Adore Ceres, por
tua intenção, toda a mocidade dos campos; diluam-se, em honra de Ceres, favos
de mel em leite e doce vinho; que a vítima propiciadora dê três voltas aos
trigos novos, e todo o alegre cortejo a acompanhe, invocando com clamores, para
a tua casa, a protecção de Ceres; e que ninguém meta foice nos trigos maduros
antes de, com a fonte cingida por uma grinalda de folhas de carvalho, ter
honrado a deusa com singelas danças e com cânticos».
Vergílio
(70 -19 a.C), As Geórgicas, Ed. Sá da
Costa, 1948 (vv 335-355)
Cipreste - Esta espécie era atributo do deus de origem itálica Silvano (Silvanus), protector dos bosques e das
florestas (do latim silva, "selva"
– donde lhe vem o nome), da caça, das actividades pastoris, facilitando a
fertilidade do solo e a procriação dos animais, bem como dos limites das
propriedades (limes). Silvano
usava um ramo de cipreste como ceptro.
O Cipreste, dada a sua longevidade e a sua verdura persistente, simboliza a árvore da
vida e a união entre o Céu e a
Terra.
Estava ligado a outras divindades da Natureza, como Artemisa/Diana, padroeira
dos animais selvagens, deusa da caça e protectora das mulheres e dos partos.
O cipreste aparece também associado a Deméter/Ceres, divindade da
Natureza e dos cereais na Mitologia Greco-romana.
Mas o cipreste é também atributo de Hades/Plutão, deus dos infernos, que
habitava o mundo inferior, onde toda a natureza germina. Era plantado junto das
necrópoles romanas, motivo pelo que ainda hoje o vemos junto aos cemitérios.
Rosas – Através destas flores recordamos
Afrodite/Vénus, que a tinha como atributo e que com ela se fazia acompanhar, no
mês que lhe era dedicado, Abril, ou «mensis Veneris». Mas, também em Abril,
Cupido, o deus do amor, filho de Marte, deus da guerra, e de Vénus, se fazia
representar com uma coroa de rosas na cabeça.
Considerada "a rainha das flores" pela poetisa Safo, no século
VI a. C., a rosa teria sido criada, segundo a mitologia grega, por Clóris,
deusa das flores (Flora entre os romanos), com o corpo inanimado de uma ninfa.
Ainda Príapo, deus dos jardins e da fecundidade, a usava como seu
atributo.
Figueira - Simboliza a abundância, a par da oliveira e da
videira, e entre os Gregos aparece associada a ritos de fertilidade.
Segundo a lenda da fundação de Roma, Rómulo e Rémulo teriam nascido
debaixo de uma figueira e «durante muito tempo, os divinos gémeos foram
venerados no Comitium sob uma figueira que nascera da primeira
por estaca», segundo o geógrafo Pausânias, do século II d. C., sendo um dos
frutos mais representados na Antiga Roma.
Oliveira - Era considerada a árvore da civilização, da
fecundidade, da paz.
A deusa Atena, que a tinha
como atributo, fez brotar a oliveira por detrás do templo de Erecteion, como o
mais belo presente que podia oferecer aos Atenienses, zelando assim pelo Estado
e pela prosperidade do mesmo, pela paz e pela agricultura. A oliveira, que,
com os seus frutos, permite ao Homem o fabrico do azeite, remete ainda para a
Luz, pois, para além da alimentação era usado nas lucernas e candeias.
Videira – Surge associada a Liber Pater e
sua divina esposa Libera, divindades relacionadas com a fertilidade,
que gradualmente foram sendo assimiladas por Dioniso/Baco, a divindade
associada à força da natureza.
Dioniso/Baco era filho de Zeus e da princesa Sémele,
e era a divindade das festas, do vinho, da fecundidade, do lazer e do prazer. É
representado geralmente como um jovem imberbe, risonho e com ar festivo, de
longa cabeleira, pegando um cacho de uvas ou uma taça numa das mãos e
empunhando na outra um tirso (bastão envolvido em hera e ramos de videira que
era encimado por uma pinha).
Mas a vinha também aparece associada a Saturno, deus das sementeiras e
dos grãos, que era representado com a foice do ceifeiro e a podoa do
vinhateiro.
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Romãzeira - Hera, a deusa grega esposa de Zeus, usava na mão uma romã,
simbolizando a fertilidade.
Segundo a
mitologia, teria sido Afrodite/Vénus, a deusa do amor, que a havia plantado na
terra.
Outro mito
diz-nos que Perséfone, a Prosérpina romana, filha de Deméter/Ceres, passava
forçadamente uma parte do ano com o seu marido Hades, o Plutão romano, que a
havia raptado para o mundo dos Infernos, porque ela tinha comido algumas
sementes de romã.
O acordo que Zeus, o pai dos deuses, havia feito com Hades/Plutão para que
Perséfone/Prosérpina pudesse voltar para a terra, para junto de sua mãe Ceres,
era que ela voltasse sem nada ter comido. Como tal não aconteceu, Perséfone/Prosérpina
passava metade do ano junto dos pais, e
o restante com Hades/Plutão, nas profundezas. Com o seu regresso, inaugurava-se a Primavera.
Louro/loureiro - Segundo a Mitologia, Apolo, considerado o deus da juventude e da luz, irmão gémeo de Artemisa, apaixonou-se pela ninfa Dafne,
que não lhe correspondeu. Dafne não aguentava mais a perseguição do belo deus
Apolo e pediu ao seu pai Peneu que lhe mudasse a forma. O pai atendeu ao seu
pedido e transformou-a num loureiro.
Com as folhas desta árvore Apolo teceu uma coroa. Passou a ser o símbolo
desta divindade, representando a vitória e a glória.
A coroa de louros é ainda um dos atributos da deusa Vitória, simbolizando
triunfo, e era entregue aos vencedores, aos heróis, aos génios e sábios. Foi
oficialmente atribuída a César, que a usava com frequência.
Dafne e Apolo.
Painel VI (Mosaico das Musas) Museu Nacional de Arqueologia
Na Antiguidade também se
acreditava que os ramos de folhas de louro protegiam quem os usava contra os
relâmpagos e contra as intempéries.
Carvalho – Esta árvore aparece na Mitologia associada a
Zeus, o pai dos deuses, que permanece nos carvalhos. Era o carvalho que lhe
fornecia a coroa.
Surge ainda ligado às Dríades, as ninfas que povoam as florestas de
carvalhos, particularmente sagrados na religião grega, e que as protegem, não
podendo ser abatidos. Conta a mesma Mitologia que Milão, ao tentar abater uma
destas árvores, ficou com as mãos trilhadas
entre as duas partes da árvore, que se voltaram a unir.
As Dríades teriam a forma e o tamanho de um tronco com raízes, a mais
célebre das quais Eurídice, que casou com Orfeu.
Pinheiro – O pinheiro, representava, já na Antiga
Grécia, a fertilidade e a masculinidade, relacionando-se com a sua
fisionomia erecta, bem como com a abundância. Os Gregos consideravam-no
sagrado para o deus Posídon, o Neptuno romano.
Segundo um outro mito, Cíbele apaixonou-se por Átis e, não sendo
devidamente correspondida, pois o jovem traiu-a com uma ninfa,
a deusa vingou-se e enlouqueceu Átis, que acabou por morrer sob um
pinheiro. Posteriormente, com remorsos, a deusa acabou por o trazer
novamente à vida. O mito lembra-nos assim o ciclo de nascimento,
crescimento, morte e ressurreição e fertilidade/fecundidade dos campos e da
vida.
É essa ideia de Imortalidade que nos surge na associação do pinheiro de
Natal.
Pinha, pormenor
decorativo de um dos capitéis
do templo romano de
Évora
Fotografias
Esmeralda Gomes
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Papoila - As papoilas eram atributo do deus Hipno, a personificação do sono, da sonolência e irmão gémeo da morte, a que Romanos fizeram equivaler a Somnus.
Mas a papoila aparece também associada a Deméter/Ceres, a deusa da fertilidade e do trigo, motivo pelo que, ainda nos nossos dias, se junta à oliveira e à espiga e às flores campestres, no ramo do «Dia da Espiga».
Alecrim, rosmaninho e
alfazema - O alecrim já era
considerado na Grécia antiga um presente de Afrodite aos humanos, sendo
utilizado como perfumador.
As suas virtudes medicinais foram também descritas pelo escritor Plínio-o-Velho,
no século I d.C.. Por causa do seu aroma característico, os romanos
designavam-no como rosmarinus, que significa "orvalho do
mar". Para os Romanos o alecrim simbolizava o amor e a morte, e por isso
era plantada na soleira das portas.