terça-feira, 8 de março de 2016

Sabia que Irisalva Moita foi percursora na Arqueologia de Lisboa?





Irisalva Constância de Nóbrega Nunes Moita, nascida em Sá da Bandeira (Lubango) a 21.05.1924 e falecida a 13.06.2009, foi uma ilustre Museóloga e Olisipógrafa, Directora durante muitos anos dos Museus Municipais de Lisboa ainda se desdobrou em múltiplas actividades, tendo colaboradorado com os CTT . 

Foi-lhe outorgada a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa a 18 de Maio de 2008, Dia Internacional dos Museus. 

Reconhecida internacionalmente como uma das maiores autoridades em Conservação Municipal, manteve já devois de reformada, a causa da protecção do património da cidade de Lisboa, que, mesmo já ajudada por uma bengala,  percorria a pé , denunciando qualqueir destruições ou atentados ao acervo da Cidade.


Parafraseando Cristina Horta:


«Faleceu a 13 de Junho mas por seu pedido expresso só foi noticiado a 23 do mesmo mês. Soube também que existiu um obituário de Luís Miguel Queirós, um texto de Pedro Picoito, bem como uma referência do Centro Nacional de Cultura.

Fiquei à espera de mais notícias, de artigos de fundo e até de uma homenagem. Estive atenta à imprensa, mas em vão.
Pela profunda admiração e amizade que sempre devotei a Irisalva,  não podia deixar de a recordar através de uma breve referência  que depois possa ser retomada e continuada por aqueles que com ela privaram e que sintam o mesmo desejo de fazer justiça a quem muito fez e de forma tão generosa.
Irisalva Moita foi Directora dos Museus da Cidade de Lisboa, uma grande investigadora da Olisipografia  e, muito em especial, de Rafael Bordalo Pinheiro. Deixou-nos mais de cem artigos, alguns acessíveis na net, nomeadamente sobre Rafael e a Caricatura, (texto de uma conferência que proferiu no Museu de José Malhoa, em 1987)  e sobre Rafael Bordalo Pinheiro e as personagens do seu tempo.
Coordenou importantes exposições, ainda hoje de referência, «O Culto de Sto. António, na região de Lisboa», «Lisboa e o Marquês de Pombal» e «Lisboa Quinhentista. A imagem e a vida na cidade»  Azulejos de Lisboa ( 1984) e «Faianças de Rafael Bordalo Pinheiro» (1985)».

As inúmeras publicações, como «O Livro de Lisboa», ou as escavações arqueológicas, de que é pioneira em contexto urbano, realizadas no Teatro Romano de Lisboa, Hospital Real de Todos-os-Santos e Necrópole Romana na Praça da Figueira, entre outras, constituem alguns dos seus muitos contributos para o estabelecimento da História de Lisboa.





Trabalhou empenhadamente pelo Património, com sentido de missão e com muito amor. Irisalva tinha largos horizontes e todo o tempo era pouco para estudar e acautelar  os azulejos, os edifícios, a memória. Desenvolveu um trabalho de grande seriedade intelectual e destacou-se por um carácter forte e de grande verticalidade. Foi um exemplo e não deve ser esquecida».

A partir de: Archport, July 10, 2009 2:44 PM


A 18 de Maio de 2008, Dia Internacional dos Museus, foi-lhe outorgada a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa.

Deixou vasta obra publicada, de que destacamos:


MOITA, Irisalva. "O teatro romano de Lisboa ", Revista Municipal, Lisboa, vol. 124/125, Câmara Municipal de Lisboa, Lisboa, 1970, p.7- 37 .


 Imagem


Coordenação e organização de Irisalva Moita)




IRISALVA MOITA
[JOSÉ MECO]


Lisboa, 1985

Palácio Galveias – Câmara Municipal de Lisboa
1.ª edição [única]
29,6 cm x 21 cm
250 págs.
na capa, RBP desenhado por António Carneiro
obra profusamente ilustrada
exemplar como novo; miolo limpo
catálogo de referência para o estudo da cerâmica de RBP 
110,00 eur

Acervo magnificamente apresentado pela Autora, onde se reúnem imagens de 579 espécimes e XXXVII marcas e assinaturas identificadas.

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