Julho 2014
Filomena Barata
Atravessando nós já o Verão passado, que foi em Junho o Solstício, estamos num Julho a que, mesmo com a crise que atravessamos, faz apelos às praias ou aos lugares de reencontro em que se reúnem em férias, os que vivem fora do país ou à descoberta de novos sítios ou experiências.
A vida de todos nós é afinal vincada pelo Tempo, essa entidade que hoje nos surge quase que como abstracta, mas que sempre foi marcada por uma relação estreita do Homem com a Natureza, relacionando-se os ciclos da vida e da sociabilidade com festividades em sua honra, muitas das quais perduram nos nossos dias, mesmo que com novos nomes e figurinos.
É dessa relação do Homem com o Tempo que tentaremos hoje falar, baseando-nos em vários trabalhos publicados sobre o tema, de que, desde já se salienta "Calendários romanos" e "Calendário romano División de los años", cuja leitura recomendamos.1
O calendário deve a sua denominação às "calendas" que, no antigo calendário romano, era o primeiro dia de cada mês, quando ocorria a Lua Nova. Daí provém a expressão para "as calendas gregas" que, afinal, nada mais quer dizer do que "nunca mais", pois os gregos não tinham "calendas" nos seus calendários.
Ao que se sabe, os primeiros calendários conhecidos são o hebreu e o egípcio, tendo ambos um ano com 360. Cerca de 5.000 a.C. após muitas reformas, os Egípcios optaram por um ano de 365 dias, havendo já consciência de que existia um desacerto em relação ao Tempo real.
Em Roma conhece-se a existência de calendários desde a fundação da cidade de Roma, em 753 a.c., atribuindo-se a Rómulo, o seu fundador mítico a introdução do primeiro calendário que dividia o ano em 304 dias, distribuídos por dez meses, tendo os quatro primeiros os nomes de divindades mitológicas, ou seja Martivs; Aprilis; Maivs; Ivnivs e os outros eram designados por números decimais.
A vida de todos nós é afinal vincada pelo Tempo, essa entidade que hoje nos surge quase que como abstracta, mas que sempre foi marcada por uma relação estreita do Homem com a Natureza, relacionando-se os ciclos da vida e da sociabilidade com festividades em sua honra, muitas das quais perduram nos nossos dias, mesmo que com novos nomes e figurinos.
É dessa relação do Homem com o Tempo que tentaremos hoje falar, baseando-nos em vários trabalhos publicados sobre o tema, de que, desde já se salienta "Calendários romanos" e "Calendário romano División de los años", cuja leitura recomendamos.1
O calendário deve a sua denominação às "calendas" que, no antigo calendário romano, era o primeiro dia de cada mês, quando ocorria a Lua Nova. Daí provém a expressão para "as calendas gregas" que, afinal, nada mais quer dizer do que "nunca mais", pois os gregos não tinham "calendas" nos seus calendários.
Ao que se sabe, os primeiros calendários conhecidos são o hebreu e o egípcio, tendo ambos um ano com 360. Cerca de 5.000 a.C. após muitas reformas, os Egípcios optaram por um ano de 365 dias, havendo já consciência de que existia um desacerto em relação ao Tempo real.
Em Roma conhece-se a existência de calendários desde a fundação da cidade de Roma, em 753 a.c., atribuindo-se a Rómulo, o seu fundador mítico a introdução do primeiro calendário que dividia o ano em 304 dias, distribuídos por dez meses, tendo os quatro primeiros os nomes de divindades mitológicas, ou seja Martivs; Aprilis; Maivs; Ivnivs e os outros eram designados por números decimais.
Martivs, em honra de Marte, pai, segundo a Mitologia, dos fundadores de Roma, Rómulo e Remo.
Aprilis, possivelmente consagrado a Vénus, a quem alguns alegam relação com Apru em etrusco.
Maivs, que se parece relacionar com a deusa Maia, mas que alguns estudiosos atribuem ao culto dos antepassados, os "Maiores".
Ivnivs, consagrado a Juno.
Qvintilis, por ser o quinto mês. Passou a ser designado Ivlivs (Julho) após a morte de Júlio César, por ser o mês do seu nascimento, como veremos de seguida.
Sextilis, o mês sexto que, mais tarde, se passou a chamar Avgvstvs, em honra de Octávio Augusto.
September, o sétimo mês
October, o oitavo mês.
November, o nono mês.
December, o décimo mês.
Numa Pompílio, o segundo rei de Roma (715-673 a.C.), por sua vez, adoptou um calendário adaptado ao ciclo lunar, composto por 355 dias, distribuídos por doze meses, tendo-se assim formado dois novos meses, Janvarivs, dedicado ao deus Ianvs, e Febrvarivs, que passou a ser o último mês do ano dedicado em honra de Febrvo, mais conhecido por Plutão, deus da purificação dos mortos a quem se ofereciam sacrifícios. Esses dois meses foram obtidos porque, ao que reza a História, o rei considerava que os meses com dias pares eram azarados, tendo diminuído um dia a cada um dos seis meses de trinta dias a que juntou mais 50.
Na fotografia: Meses do Calendário de Numa Pompílio
A partir de aqui:
Inscrição com o calendário romano, antes da reforma juliana. Observe a presença dos meses Quintil e Sextil, e a possibilidade de inserção de um mês intercalar. Fotografia e legenda a partir de: https://pt.wikipedia.org/wiki/Calend%C3%A1rio_romano...
No entanto, nem assim se conseguiu obter um acerto definitivo, após várias reformas acabou-se por acrescentar de 4 em 4 anos mais dois meses ao ano, denominados Mercedonios ou Intercalares, mas cuja marcação móvel ao critério dos colégios sacerdotais originava enormes confusões na sociedade.
Assim, para colmatar essas dificuldades e inconvenientes, Júlio César decidiu proceder a um novo ajuste do calendário, pois estava 67 dias adiantado em relação ao ciclo das estações, tendo-se socorrido do astrónomo Sosígenes para que estudasse a situação e o tentasse acertar.
Após uma experiência no ano de 46 a.C. cuja reforma não resultou, em 45 a.C., Júlio César adoptou um novo calendário solar, conhecido por Juliano, e fixou-se a duração do ano em 365 dias, 5 horas e 52 minutos, num sistema que devia desenrolar-se por ciclos de quatro anos, com três comuns de 365 dias e um bissexto de 366 dias, a fim de compensar as quase seis horas que havia de diferença. Como homenagem, após a sua morte, o mês Quintilis passou a se chamar Julius.
É a partir do imperador Augusto que o Senado romano decreta que o oitavao mês, Sextilis, se passasse a chamar Augustus, hoje Agosto, mês em que pôs fim à Guerra Civil (e que também foi o da sua morte, de que este corrente ano se comemora o bilimileário), passando a ter também 31 dias, para que não fosse inferior ao mês dedicado a Júlio César, tendo sido esse dia retirado de Februarius que passou a ter, como ainda agora acontece, 28 dias nos anos comuns e 29 nos bissextos. Para que não houvesse tantos meses seguidos com 31 dias, os meses de Setembro e Novembro passaram a ter 30 dias e Outubro e Dezembro 31.
O calendário, a sua marcação como hoje a conhecemos, é pois herança directa dos Romanos, como tantos outros aspectos da nossa vida contemporânea, sendo que também eles foram herdeiros dos povos que os antecederam, fazendo do Tempo, esse grande Escultor, como fabuloso título do livro de Marguerite Yourcenar.
Saibamos, assim homenagear a herança de Augusto, neste mês e no mês de Agosto em que nasceu, no que respeita a muitas das reformas administratives introduzidas no território e, mais que tudo a Pax Augusta que com ele se assistiu neste espaço que outrora pertencia à Província da Lusitânia.
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1 http://www.infoescola.com/historia/calendarios-romanos/
http://www.imperioromano.com/62/el-calendario-romano.html
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