sexta-feira, 7 de agosto de 2015

PROPOSTA DE UM ITINERÁRIO: RECURSOS CULTURAIS E AMBIENTAIS DO CONCELHO DE SANTIAGO DO CACÉM, Filomena Barata

PROPOSTA DE UM ITINERÁRIO: RECURSOS CULTURAIS E AMBIENTAIS 

DO CONCELHO DE SANTIAGO DO CACÉM



Fotografia aérea de Miróbriga. Maria Filomena Barata, 1995.

Parte do levantamento dos recursos ambientais e culturais que constituem a proposta de reconhecimento do território onde se localiza de Miróbriga, no concelho de Santiago do Cacém,  que aqui vos apresento foram tratados no âmbito de uma candidatura ao «Programa Cultura 2000, sob a designação genérica «Laboratório de Paisagem». Esta equipa que tive a sorte de coordenar, com a participação de José Carlos Quaresma e de Isabel Inácio, na pesquisa, na elaboração de textos e materiais de apoio, no que respeita à parte portuguesa, pois tratava-se de uma candidatura com parcerias espanhola, grega e italiana, centrou-se em duas ACTIVIDADES sendo a maioria dos elementos aqui apresentados parte integrante da Actividade II.
Pretendíamos dar a conhecer os Recursos Patrimoniais e Ambientais da área envolvente a Miróbriga, pois, do nosso ponto de vista, os vestígios dessa cidade romana não se podiam dissociar do seu território, o de ontem e o de hoje. Partíamos também do princípio que Miróbriga e o seu Centro Interpretativo podiam funcionar como um ponto de apoio para o conhecimento de um território mais vasto, potenciando valores paisagísticos e culturais de vária índole, quer os referentes à Época Romana, quer de outros períodos cronológicos.

LOCALIZAÇÃO DO CONCELHO SANTIAGO DO CACÉM

• A localização de Miróbriga em Época Romana tem que ser perspectivada no contexto do Sudoeste Lusitano e, em particular, na área formada por esta cidade, a Ilha do Pessegueiro, Sines , Lagoa de Santo André e Tróia (Baixo Sado), onde são conhecidos importantes sítios romanos.

Território de Miróbriga, Santiago do Cacém






CARACTERIZAÇÃO DO CONCELHO.
Limitado a NE pela serra de Grândola; a SE pela Serra do Cercal, rica em minérios, e a W pelo mar pode considerar-se, que, pelo menos desde a Proto-História, foi um “lugar central”. Para isso contribuiuram:
  • Boas condições para a prática agrícola: de montado, no interior; de regadio no litoral.
  • Boas condições para exploração dos recursos marinhos.
Ainda nos nossos dias a Agricultura, ou seja o Sector Primário, tem a primazia.
O Sector secundário através do Complexo Industrial de Sines, veio na segunda metade do Século XX a marcar o desenvolvimento desse mesmo território, quer do ponto de vista da empregabilidade, quer da criação do marcante núcleo urbano de Santo André.
O Sector Terciário é quase inexistente.
O concelho de Santiago de Cacém pode assim dizer-se marcado por:
  • Aglomerados urbanos.
  • Habitação rural dispersa – “montes”
Caracterização sócio – demográfica do concelho de Santiago do Cacém.
População:
Ver: INFORMAÇÃO OBTIDA NOS CENSOS DE 1991 E DO PDM – PAGINA DE INTERNET DA C. MUNICIPAL.


 RECURSOS NATURAIS E CULTURAIS
  • Recursos naturais, que o homem explora, adapta e transforma para seu proveito próprio.
  • Adaptação do homem ao meio revela-se através da arquitectura, gastronomia e artesanato
  • O meio, e a adaptação ao mesmo, proporcionam histórias e lendas e inspiram cantares.
RECURSOS NATURAIS E CULTURAIS
RECURSOS ANTRÓPICOS
ACTIVIDADES ARTESANAIS 
  • Algumas actividades tradicionais, como a apanha da cortiça e a apicultura, mostram o aproveitamento directo de um recurso natural, segundo métodos artesanais.
  • A apanha da cortiça constitui, embora sendo uma ocupação sazonal, é uma actividade fundamental no concelho.


Apanha da cortiça em Pego Negrão de Cima – Julho de 2002.Fotografia António Bairinhas, 2002

  • Os arrozais e o montado marcam, de forma bem diferente, a paisagem do concelho. São a base das duas indústrias existentes em Santiago do Cacém: a Fábrica do Arroz e a Fábrica da Cortiça, onde estes produtos alvo de uma primeira transformação. As barragens são também elementos muito marcantes no concelho., destacando, entre outras, como a Lagoa da Pêra que representada durante séculos e refrida em Anais do Município,  a Lagoa de Santo André.

  • Além das pequenas represas, utilizadas para o abastecimento de água ao gado e culturas locais, outras de maiores dimensões, como a de Campilhas, aqui retratada, também permitem outro tipo de actividades lúdicas como a pesca, o campismo e actividades de lazer.

  • EVOLUÇÃO URBANA DA CIDADE DE SANTIAGO DO CACÉMAS PRÉ EXISTÊNCIAS À “MIRÓBRIGA” ROMANA.
São conhecidos em Miróbriga materiais arqueológicos calcolíticos e da Idade do Ferro, se bem que não seja conhecido qualquer povoado da Idade do Cobre, nem a extensão de um possível Oppidum da Idade do Ferro.



O LOCAL ACTUAL APÓS O ABANDONO DE MIRÓBRIGA.
Colina do Castelo. Fotografia Filomena Barata

Do período Tardo-Romano não é conhecida ocupação em Miróbriga que, de acordo com os materiais arqueológicos, parace ter sido abandonada gradualmente a partir do Século IV. Também não se sabe exactamente quando é  ocupada a colina fronteira, onde se edificará o Castelo medieval, se bem que alguns arqueólogos defendam que esse local teve ocupação romana e islâmica. O que se sabe é que essa fortificação integra, quer na sua fase mais antiga, quer nas reconstruções pós-Terramoto elementos construtivos romanos, provenientes de Miróbriga.
 MARCOS FUNDAMENTAIS NA EVOLUÇÃO URBANA DE SANTIAGO DO CACÉM:
  • OCUPAÇÃO ISLÂMICA – ÁREA DO ACTUAL CASTELO (CARECE, CONTUDO DE CONFIRMAÇÃO ARQUEOLÓGICA FUNDAMENTADA).
  • CONQUISTA CRISTÃ – ORDEM DE SANTIAGO DE ESPADA E REINADO DE D. DINIS (FORAL, DOAÇÃO A D. VATAÇA, MUNICÍPIO)
  • SÉCULO XVI – INCREMENTO EM SERVIÇOS PÚBLICOS (MISERICÓRDIA, ENRIQUECIMENTO DOS EDIFÍCIOS EXISTENTES)
  • TERRAMOTO DE 1755 – DESTRUÍÇÃO E RECONSTRUÇÃO DA VILA
  • SÉCULO XIX – FONTISMO – (EXTINÇÃO DAS ORDENS MILITARES – CRIAÇÃO DE UMA BURGUESIA RICA, E CRESCIMENTO URBANÍSTICO)
  • IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA – REMODELAÇÃO DE ESPAÇOS RELIGIOSOS

EVOLUÇÃO URBANA

A cidade de Santiago do Cacém cresce num movimento radial, possivelmente ao longo das vias principais, que ligariam à Porta do Castelo. A dispersão efectua-se pela encosta da colina do castelo mais protegida – geográfica e militarmente – até atingir a base da mesma no século XIX, de onde se prolonga para as colinas adjacentes já no século XX.
Acrescentar as duas fotografias:
Cerca de 100 anos separam estas duas fotografias. A evolução urbana de Santiago do Cacém apresenta as mesmas características, já visíveis em épocas anteriores –  evolução ao longo da colina e ocupação do vale

CARACTERIZAÇÃO DOS RECURSOS CULTURAIS 

Os recursos culturais foram divididos em várias componentes, que traduzem os discursos e acções que caracterizam a presença e ocupação humana de um espaço, assim como a sua divulgação e valorização públicas
 RECURSOS HISTÓRICO-CULTURAIS
  • ABASTECIMENTO
–        MOINHOS DE VENTO E DE ÁGUA
–        CHAFARIZES
–        DEPÓSITO DE ÁGUA
-         VIDA URBANA
–        MILITAR
–        POLÍTICO – ADMINISTRATIVA
–        URBANÍSTICA E ARQUITECTÓNICA
–        SERVIÇOS
–        LAZER E CULTURA
–        RELIGIOSA – IGREJAS
–        RELIGIOSA – ERMIDAS
–        CIVIL – QUINTAS E MONTES
  ABASTECIMENTO
  • ABASTECIMENTO DE ÁGUA E TRANSFORMAÇÃO DE CEREAIS.
  • ESTRUTURAS TRNSFORMADORAS E DISTRIBUIDORAS ESSENCIAIS AO ESTABELECIMENTO E PERMANÊNCIA DAS POPULAÇÕES
  • ACTUALMENTE FUNCIONAM COMO SIMBOLOS DE UMA SOCIEDADE ANTIGA E EM CONSTANTE MUDANÇA
  MOINHOS DE VENTO
  • Estrutura emblemática, os moinhos de vento encontram-se presentes em todo o concelho, estando referenciados 50.
  • Trazidos para a Península Ibérica pelos árabes, o moinho, traduz a sabedoria milenar do domínio do vento e da moagem.
  • Actualmente encontram-se em vários graus de conservação, desde os reaproveitados aos abandonados.
Fonte: adaptado do desdobrável “Gigantes de Pedra” editado pela C.M.S.C.
MOINHO DA QUINTINHA
  • Localizado nas Cumeadas, foi adquirido pela C. M. em 1970, tendo sido recuperado.
  • Quando o tempo o permite é possível observar o processo de moagem, efectuado por um antigo moleiro.
  • Os moinhos, que caracterizam a cumeada de Santiago do Cacém, apresentam vários graus de recuperação e de degradação. Alguns estão totalmente em ruínas, outros semi-abandonados, outros ainda foram recuperados para casa de habitação.  
 Utilizados sazonalmente, devido à irregularidade e fraca intensidade das linhas de água, encontram-se referenciados cerca de 20, em todo o actual concelho.
  • Devido ao carácter de utilização sazonal – apenas no Inverno – apresentam características tipológicas bastante interessantes.
  • Eram utilizados para a transformação do cereal em farinha, depois utilizada num bem de primeira necessidade – o pão.
  • Em avançado estado de ruína, alguns são alvo de planos de recuperação por parte da Câmara Municipal.
Os restantes “funcionam” actualmente como ruína romântica.
  • A sua existência atesta a dificuldade e a necessidade extrema de aproveitamento de todos os recursos, ainda que sazonalmente.
  • Em cima o Moinho do Escaravelho datado de 1865; em baixo o Moinho de Entre Pernas, localizado junto da actual Zona Industrial Ligeira, de Santiago do Cacém.
 CHAFARIZES
  • LOCAIS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA, ELEMENTO DO QUOTIDIANO, ERAM TAMBÉM UM IMPORTANTE CENTRO DE ENCONTRO, CONVÍVIO SOCIAL E TROCA DE NOTÍCIAS, TENDO, ALÉM DE UMA FUNÇÃO PRÁTICA, UMA FUNÇÃO LÚDICA E SOCIAL.
 CHAFARIZ DO FIDALGO
  • Localizado no exterior da vila, na antiga estrada para o Cercal, possuía bicas de água e um lavadouro, ainda hoje em funcionamento.
 CHAFARIZ DA SRA. DO MONTE
  • Localizado, outrora, no exterior da vila, deve o nome à ermida que lhe ficava próxima. Constituído por bica e lavadouro, apresenta quatro lápides epigrafadas, provenientes de Miróbriga.

  • CHAFARIZ DE S. SEBASTIÃO

  • Outrora localizado no exterior do aglomerado urbano.
  • Actualmente é uma estrutura que perpetua a memória do topónimo e do chafariz original anteriormente existente. 
 DEPÓSITO DE ÁGUA
  • Símbolos e marcas da paisagem alentejana, os depósitos de água reflectem a necessidade de abastecimento das populações de um bem essencial.
  • O actual depósito de água de Santiago do Cacém marca a diferença pela sua arquitectura. Contudo, a sua função e visibilidade são as tradicionais.

ARQUITECTURA MILITAR E CIVIL

POLITICO / ADMINISTRATIVA 
  • SÍMBOLOS DO PODER MILITAR, POLÍTICO E ADMINISTRATIVO
  • ACTUALMENTE SÃO MONUMENTOS QUE SE REVESTEM DE ATRACTIVOS TURÍSTICOS, DEVIDO À SUA CARGA SIMBÓLICA

  • A importância estratégica de Santiago do Cacém apenas foi relevante durante o período islâmico e a conquista cristã.
  • Após a estabilização de fronteiras do reino de Portugal – século XIII –  o castelo apenas existe como símbolo do poder, sendo residência dos frades da Ordem de Santiago e, posteriormente, do alcaide, símbolo do poder real.
  • Talvez por este motivo, não existam vestígios de muralhas do povoado, e o único vestígio de arquitectura militar seja o castelo.
  • Ainda em finais do século XVI entra em ruínas, pois a administração do concelho passa para o duque de Aveiro.
  • O seu simbolismo, como local de poder, é demonstrado pela presença da igreja matriz.

  • CASTELO

  • Não se conhece a data da sua fundação, contudo parece ter sido ocupado em época islâmica.
  • Conquistado definitivamente pelos cavaleiros da Ordem de Santiago, em 1186, é doado à Ordem.
  • Entre 1310 e 1336 foi pertença de D. Vataça, à qual está ligada a lenda do Santo Lenho.
  • A partir de inícios do século XVI perde a sua função defensiva, entrando em declínio.
  • Funciona como cemitério desde 1838. 
(Para acrescentar) Gravura publicada em 1843, na revista Panorama, onde se pode ver o castelo em avançado estado de ruína. Ainda é possível observar a Torre do Sino na Igreja Matriz. Pela existência da torre do sino, esta gravura deve datar de meados, finais do século XVII.
 (Acrescentar) Duas gravuras, publicadas nos Annais do Município de Santiago do Cacém, em 1866 representando o mesmo pano de muralha (Este).
À esquerda representa o castelo na sua fase inicial –século XIII. A gravura da direita representa o castelo, em avançado estado de ruína em 1850, onde se destaca a presença da Igreja Matriz com a sua fachada em estilo  barroco tardio.
Planta do castelo publicada nos Annais do Município de Santiago do Cacém, em 1866, atribuída ao século XIII – ou de como o castelo seria no século XIII. De realçar a presença da igreja, ou capela, junto da casa do alcaide, e da barbaçã, ou muralha interna que protegia a referida casa.
 Os painéis da Estação da C. P. mostram o estado do castelo, e algumas das suas construções em época anterior aos restauros efectuados em 1940. Há falta de dados acerca do castelo, são uma boa, e original, fonte documental deste edifício.
 Arquitectura Civil Político/Administrativa
  • PELOURINHO
  • Símbolo do poder municipal, o pelourinho actual foi reconstruído em 1845.
  • Substitui o antigo, muito degradado, datado do século XVIII, que havia sido construído com uma coluna proveniente de Miróbriga.
  • O pelourinho original ficou destruído com o terramoto de 1755.
  • Símbolo de poder por excelência, o pelourinho localiza-se na praça, onde também funcionavam as Casas da Câmara.

Aquitectura Civil Político/Administrativa
  • PAÇOS DO CONCELHO

  • O actual edifício data de 1862.
  • Desde o século XVIII que existem neste local as Casas da Câmara.
  • As Casas da Câmara medievais localizavam-se neste largo, no local do actual Hospital do Espírito Santo.
  • Também funcionou como cárcere e escola.
  • Posteriormente funcionou como quartel da G.N.R. e, mais tarde, como Escola de Musica.
A casa da câmara e o pelourinho, tal como se deviam apresentar em inícios do século XX, retratados num dos painéis  de azulejos da Estação da C. P.
Fotos de A. Bairinhas, 2002

 ARQUITECTURA URBANA 
  • Caracteriza a cidade, não tanto em termos de estilos arquitectónicos, mas sobretudo nas várias componentes que constituem uma cidade: arquitectura civil particular; serviços; lazer e cultura; arquitectura religiosa.
  • Composta por várias vertentes: arquitectura civil particular, serviços, locais de lazer e cultura, religiosa.
  • Demonstra a história e a evolução de poderes e de mentalidades
  • A sua evolução retrata a história da cidade

 As características arquitectónicas da cidade reflectem a sua história.
  • Muito afectada pelo terramoto de 1755, na sequência do qual foi totalmente reconstruída, o plano urbanístico e a arquitectura espelham o espírito e a mentalidade civil desde o século XVIII até inícios do século XX.
  • Representativos desta são alguns palácios e casas particulares.
 PRAÇA CONDE DE BRACIAL
  • Até 1900 foi o centro da vila.
  • Funcionavam a Escola, o Tribunal, a Cadeia, o Hospital, a Roda (dos engeitados), a Igreja do Espírito Santo e o Pelourinho.
  • Também funcionava o mercado diário.
  • Actualmente serve de parque de estacionamento.
Ver Foto de A. Bairinhas, 2002

  PALÁCIO DO CONDINHO
  • Antiga casa dos Condes de Avillez, que data do século XIX.
  • Possui uma tapada, com Casa de Chá, capela, estufa e jardim romântico.
  • A “Casa de Chá” foi construída entre 1920 e 1930 e possui uma janela manuelina reaproveitada.
  • Funcionou como Escola profissional.
  • Actuais instalações do Gabinete de Recuperação Urbana e Património

PALÁCIO DE CARREIRA
  • Casa particular, datada do século XVIII, com remodelações no século XX.
  • Possui um importante conjunto de azulejaria, de várias épocas e temáticas.
  • ESTRUTURAS RELACIONADAS COM A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – PÚBLICOS E PRIVADOS – QUE CONTRIBUIRAM PARA O DESENVOLVIMENTO E SALVAGUARDA DESTA COMUNIDADE.
  • ACTUALMENTE QUASE TODAS SE ENCONTRAM DESACTIVADAS, CONTUDO OS EDIFÍCIOS CONTINUAM A PRESTAR FUNÇÕES DIVERSAS
HOSPITAL DO ESPÍRITO SANTO
  • Antigo hospital, construído no século XVI, e reconstruído em finais do século XVIII, no sítio da antiga Casa da Câmara. Funcionou até finais do século XIX.
  • Na sua fachada estava a ara a Esculápio, possivelmente oriunda de Miróbriga.
  • Futuro museu de Arte Sacra com projecto do arq. Souto Moura.
ANTIGO QUARTEL DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS
  • Instituição indispensável em qualquer centro urbano português, os Bombeiros Voluntários de Santiago do Cacém possuíam um quartel, que é um bom exemplo da arquitectura civil de inícios do século XX.
  • Projecto de Rafael de Castro.
  • Localiza-se no local da Antiga capela de Santo António.
  • Actualmente funciona no local a biblioteca fixa da Fundação Gulbenkien e o curso de tapeçaria em Arraiolos.

  • ESTAÇÃO DOS CAMINHOS DE FERRO

  • Inaugurada em 1934.
  • Bom exemplar da arquitectura do Estado Novo, apresenta um conjunto interessante de painéis, em azulejo, que representam actividades tradicionais do concelho.
  • Actualmente desactivada, funciona como bar.
Foto de A. Bairinhas, 2002

SERVIÇOS
  • CENTRAL ELÉCTRICA
  • Inaugurada em 1928, muda em 1934 para este edifício, de onde abasteceu a cidade de electricidade até 1980.
  • Localiza-se na antiga Rua dos Judeus, ou Travessa da Judiaria, onde se localizaria a judiaria nos séculos XIII – XIV.

LAZER E CULTURA
  • DIFERENTES FORMAS DE LAZER E CULTURA MARCAM A PASSAGEM DO TEMPO. ALGUNS AINDA SUBSISTEM, OUTROS DESAPARECERAM, OUTROS TRANSFORMARAM-SE.

  • SOCIEDADE HARMONIA
  • Fundada em finais do século XIX, foi um pólo dinamizador do convívio social.
  • Possuía sala de jogos, de fumo, de convívio ….
  • Possuiu teatro, que foi posteriormente transformado no primeiro cine – teatro da vila, hoje desactivado.
  • Ainda hoje funciona como local de convívio.
Fotos de A. Bairinhas, 2002

  • PASSEIO DAS ROMEIRINHAS

  • Antigo passeio público, aberto em 1840, em inícios do século XX. Possuía coreto.
  •  Antigo local de convívio até 1920.
  • Circunda toda a meia encosta da colina do castelo, sendo um miradouro de eleição da área envolvente.
  • PARQUE URBANO RIO DE FIGUEIRA

  • Antiga quinta senhorial dos Condes de Avillez.

  • Actual Parque Municipal, com jardim, parque de merendas, infra-estruturas desportivas e parque infantil.
  • PRAÇA DE TOUROS

  • Estrutura da qual só resta a memória em fotografia. Desconhece-se a sua localização exacta, assim como a época em que foi demolida.
  • No entanto a sua existência revela mais um local de lazer da população local.

 MUSEU MUNICIPAL
  • Edifício construído em 1840, para albergar a cadeia da comarca.
  • Actualmente é o Museu Municipal que alberga exposições temporárias, e núcleos de Numismática, Etnografia e Arqueologia.

BIBLIOTECA MUNICIPAL
  • Edifício moderno que alberga a Biblioteca e o Arquivo Histórico.
  • Para além da consulta de livros outras actividades são efectuadas, tais como teatro, leituras para crianças ….
  ARQUITECTURA RELIGIOSA IGREJAS
  • RELACIONADAS COM O MEIO URBANO

  • MOSTRAM AS MODAS DE DEVOÇÃO E O PODER DE QUEM AS CONSTRUÍA E DE QUEM AS DOTAVA.

  • A SUA IMPLANTAÇÃO REFLECTE O CRESCIMENTO DA CIDADE

  • VIDA BASTANTE ACTIVA – DESTRUIÇÕES, DEMOLIÇÕES, ETC…, QUE TRADUZEM ASPECTOS NATURAIS – TERRAMOTOS – E HUMANOS – PERÍODO REPUBLICANO.
  
  • IGREJA MATRIZ

  • Dedicada a S. Tiago Maior
  • Localizada anexa às muralhas do castelo, a primeira remodelação parece remontar ao período manuelino.
  • Foi totalmente reconstruída após o terramoto de 1755.
  • Destruída em inícios do período republicano foi novamente reconstruída.

Foto de A. Bairinhas, 2002
  •  A Porta do Sol, antiga entrada principal data do século XIII.
  • O alto-relevo de Santiago Matamouros – possivelmente do século XIII – terá sido doado pela rainha St. Isabel.
  • A igreja conserva ainda a relíquia do Santo Lenho – ligado à lenda local mais importante.

  • IGREJA DA MISERICÓRDIA

  • De construção Quinhentista, ainda conserva o portal manuelino.
  • Totalmente remodelada após o terramoto de 1755, a sua traça mudou totalmente.
Fotos de A. Bairinhas, 2002
 IGREJA DO ESPÍRITO SANTO
  • Antiga ermida, existente no século XVI. Transformada em igreja, com o mesmo orago, que terá funcionado até inícios do século XX.
  • A porta foi transformada para albergar o primeiro automóvel em Portugal.
  • Actualmente é uma garagem particular.
Foto retirada de “Património Edificado De Santiago do Cacém”, de 2001
  • CAPELA DAS ALMAS

  • Construída em 1630, foi muito afectada pelo sismo de 1858.
  • De destacar o retábulo da capela – mor, datado de época pombalina.
  • Actualmente funciona como capela mortuária.
Fotos de A. Bairinhas, 2002

 IGREJA DA SRA. DO MONTE
  • Construída no século XVI, serviu várias vezes de Matriz.
  • Dedicada a Nossa Sra da Natividade.
  • Reconstruída no século XIX, foi destruída – com dinamite – em 1923, sob forte contestação da população local.
  • No seu local foi construída uma Escola Primária, já desactivada.
  • Actualmente é a sede da Sociedade Filarmónica União Artístic 
  • CAPELA DE STº ANTÓNIO

  • Construída cerca de 1692, foi demolida em 1931, para dar lugar ao Quartel dos Bombeiros Voluntários.
  • A planta e alçado reproduzidos são da autoria do arq. Rafael de Castro, antes da sua demolição.
Imagem retirada de “Património Edificado De Santiago do Cacém”, de 2001
ARQUITECTURA RURAL
  • Componente que demonstra a diferença existente entre o meio urbano e o meio rural envolvente

  • Ermidas  – expressão religiosa tradicional, no qual o contacto com o mundo urbano é feito através de romarias.

  • Quintas –  o elemento urbano transposto para o mundo rural

  • Montes – a habitação adaptada ao meio e aos recursos explorados.

 ARQUITECTURA RELIGIOSA
 ERMIDAS 
 • CARACTERISTICAS DA PAISAGEM ALENTEJANA E DA RELIGIOSIDADE POPULAR, LOCAIS DE ROMARIAS E FESTAS POPULARES, A MAIORIA DAS ERMIDAS REPORTA-NOS AO PERÍODO MEDIEVAL /MODERNO
 ERMIDA DE S. SEBASTIÃO
  • De orago medieval, a sua construção deve ser muito antiga, especialmente por se situar, ainda hoje, fora da vila de Santiago do Cacém. Pode ser um bom indicador da evolução da vila em época pós – romana.

Foto de A. Bairinhas, 2002

ERMIDA DE S. PEDRO
  • Localizada na encosta poente do castelo e com várias fases de construção distintas.

  • Data do século XVI
  • ERMIDA DE S. BRÁS



  • Capela de S. Brás, Miróbriga. Fotografia de Filomena Barata

  • De invocação medieval, relacionado com as doenças, a romaria à ermida de S. Brás, localizada nas ruínas de Miróbriga, está atestada desde a época medieval / moderna.
  • Constitui a ligação entre a perduração de ocupação de um espaço – Miróbriga – e a sua ligação a Santiago do Cacém.
Acrescentar Foto de A. Bairinhas, 2002

 ARQUITECTURA RURAL
QUINTAS
  • Representativas do poder económico e social da burguesia e da aristocracia urbana, são um fenómeno apenas visível na envolvente da cidade.
  • Transportam para o meio rural a arquitectura e a forma de estar urbana, marcando vincadamente a diferença.
  • Não raro reaproveitam antigas estruturas, que integram na estrutura da habitação.

Como é visível na Carta Militar de Portugal, a grande concentração de quintas situa-se nos arredores de Santiago do Cacém. A quinta de S. João, aqui retratada, foi pertença dos Condes de  Avillez e reaproveita uma antiga ermida – S. João – integrada no actual edifício, que dá o nome ao sítio.
À esquerda: imagem adaptada da C. M. P. 516; À direita: foto de A. Bairinhas, 2002

ARQUITECTURA RURAL
MONTES
  • Habitação típica do sul de Portugal, reflecte a arquitectura adaptado ao meio, e o tipo de povoamento.
  • A sua dispersão traduz o tipo de economia e exploração agrícola.
  • O seu abandono e/ou a sua recuperação espelha as novas vivências e as novas políticas.
  • Ainda hoje habitados, alguns já entraram em ruína irreversível, sendo, no entanto, uma marca na paisagem e uma memória.
Montes abandonados marcam a paisagem do concelho, como o Monte do Outeiro. Contudo, outros há  em recuperação e ainda em uso, como o Monte actualmente integrado nas Ruínas de Miróbriga.
Fotos de A. Bairinhas, 2002
TURISMO
  • Sector em crescimento, o turismo, nas suas várias componentes, pode ser um importante factor de desenvolvimento e cultura de Santiago do Cacém.
  • Desde o inicio do século XX que se fizeram, vários guias e roteiros com os principais pontos de interesse da cidade e arredores.

Desde inícios do século XX que o turismo e a necessidade de promover o concelho são uma realidade. O mapa datado de 1948 (à esquerda) apresenta alguns pontos de interesse, entre os quais as ruínas de Miróbriga – destacando-se já as colunas como ícone do sítio. Uma planta de Santiago do Cacém, datada de 1938, apresenta como particularidade o nome das ruas de meados do século, e que foram mudados com a revolução de 1974.
(Para colocar) À direita: mapa de 1948; à esquerda: planta publicada no “Roteiro da vila de S. Tiago de Cacém”, 1938
 Alguns dos roteiros mais recentes representam a cidade de Santiago do Cacém, com alguns pontos de interesse, que foram referidos nesta apresentação.

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