quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Baco, o Deus do Vinho e da Natureza.

SET21

Baco, o Deus do Vinho e da Natureza

Público
 · Evento criado por Parques de Sintra

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Uma Longa Viagem: os coches e os seus mitos. Museu nacional dos Coches

https://artsandculture.google.com/exhibit/oQKS3YZJ242zIg?e=StellaAccess&fbclid=IwAR2_0q3gt7p9Lll2mPer_glJmDHuqSqdJne5rBFAmeesvOD5nKcwQEPoCz4

Credits:
Coordination: Silvana Bessone
Curation: Teresa Abreu
Content: Filomena Barata; Rosinda Palma; Teresa Abreu
Photographs: Pedro Beltrão; Nuno Augusto; DGPC-DDF-MNCoches
Technical support: Luís Ramos Pinto
Translation: Luis Ramos Pinto


GOOGLE & ARTS – Uma Longa Viagem: os Coches e os seus Mitos

Através do Google Arts & Culture, os interessados podem conhecer à distância mais uma exposição do MNCoches.
“Uma Longa Viagem: os coches e os seus mitos” é o nome da mais recente exposição virtual realizada em torno dos três majestosos Coches da Embaixada de D. João V ao Papa Clemente XI (1716) – o Coche dos Oceanos, o Coche da Coroação de Lisboa, e o Coche do Embaixador -, que podem ser admirados no MNCoches.
Construídos em Roma no mais perfeito estilo barroco, estes veículos apresentam diversos elementos simbólicos, alegorias à Pátria que se mesclam com a Mitologia clássica, sendo possível, por meio desta Exposição, conhecer episódios curiosos e inéditos da História de Portugal.
“Uma Longa Viagem: os coches e os seus mitos”, resulta de uma parceria entre o MNCoches e o MNArqueologia, através da sua arqueóloga Filomena Barata.
Por meio do Google & Arts, poderá ainda explorar o MNCoches em 360º, conhecer as suas coleções e exposições virtuais.

Consulte AQUI a Exposição

terça-feira, 13 de agosto de 2019

José Leite de Vasconcelos e o Santuário do Endovélico

José Leite Vasconcelos, o fundador do que actualmente se designa Museu Nacional de Arqueologia, teve a sua vida consagrada vida integralmente à ciência e mais concretamente ao estudo da etnografia, na história, da arqueologia, da epigrafia, da numismática, da filologia, entre outras temáticas, morreu em 17 de Maio de 1941.
Legou-nos, para além de um inumerável trabalho, uma obra notável realicionada com a «História das Religiões».
Remonta a 1890 a edição do seu primeiro trabalho dedicado a esta temática, publicado no jornal Dia número 846, o artigo “ O Deus lusitano Endovellico”, logo seguido de outro artigo “Novas inscrições de Endovellico”, dado à luz no número de 30 de junho de 1890 do jornal Auróra do Cávado.
Pode considerar-se que o domínio especifico do estudo das religiões da Lusitânia se tenha iniciado nas décadas de setenta oitenta por Francisco Martins Sarmento, Gabriel Pereira, Adolfo Coelho para não referir alguns trabalhos anteriores de carácter generalista.
No que respeita à investigação, o conhecimento havia evoluído muito com a publicação do vasto volume «II do Corpus inscriptionum Latinarum» onde Emílio Hubner havia recolhido e dado a conhecer todas as inscrições conhecidas.
Mas, obviamente, que este tipo de interesse pelo universo das Religiões se pode remontar ao Humanista André de Resende, o primeiro a copiar os textos das epígrafes do Santuário do Sol e da Lua, bem como, a seu modo, a Frei Bernardo de Brito, através do estudo da estatuária e dos textos epigráficos e comentários sobre o assunto, bem como com o recurso com o recurso a aspectos lendários, a exemplo da localização do túmulo de Tubal no Promontório Sagrado.
Também Camões, através da sua epopeia, faz juz às divindades do Olimpo como protectoras da epopeia portuguesa.
Com o iluminismo do século XVIII encontramos entre os interessados por esta temática Jerónimo Contador de Argote e, depois, José Diogo Mascarenhas Neto.
Os trabalhos de Martins Sarmento, Gabriel Pereira e Adolfo Coelho, no século XIX, sem dúvida que contribuiram para um maior interesse pela temática.
Já em 1885, José Leite Vasconcelos assina um opúsculo de 62 páginas onde apresentara uma síntese sobre Portugal Pré-histórico, (Lisboa, David Corazzi editor, vol.106 da Biblioteca do Povo e das Escolas), demonstrando assim o seu interesse pela arqueologia, em cujos trabalhos práticos se iniciou em 1890, no santuário de Envellico em S. Miguel da Mota, Terena.
Entre 1897 e 1913 vários investigadores se sentiram estimulados pelos estudos de José Leite de Vasconcelos e foram dando contributos para o seu trabalho.
Podemos referir alguns dos nomes dos que, de alguma forma, contribuíram para a valorização das Religiões, tais como Francisco Manuel Alves, Albano Bellino, Félix Alves Pereira, António dos Santos Rocha e Francisco Tavares Proença Júnior.
A obra veio a ser concluída em 1913, embora José Leite de Vasconcelos lhe tenha feito adendas em: “ Hierologia lusitânia (novos adiamentos às Religiões da Lusitânia, vol I a III)”, publicados em O Archeologo Português. Ainda relacionado com as Religiões, JLV escreveu um opúsculo de 24 páginas intitulado «Deuses da Lusitânia», Lisboa, Livraria Clássica Editora, 1913, onde respondia às criticas emitidas por G.L. Santos
Ferreira no opúsculo «Breves Observações Acerca do Método Seguido no volume 2 das «Religiões Lusitanas» para a Leitura de Certas Inscrições Latinas», Lisboa, 1913, tema que retomou ainda mais tarde.
São estas as suas palavras em 1897 «Para mim as religiões não passam de phenomenos sociologicos»
A exposição inaugurada sobre o tema «As Religiões da Lusitânia», no Museu Nacional de Arqueologia, bem como a edição do seu catálogo, sob a coordenação de José Cardim Ribeiro, são a justa homenagem ao fundador do Museu e uma obra indispensável sobre os novos conhecimentos sobre esta temática.
Bibliografia sumária:
José Leite de Vasconcelos, Fotobiografia
Lívia Cristina Coito, João Luís Cardoso e Ana Cristina Martins
Museu Nacional de Arqueologia
Sobre as Religiões da Lusitânia
Por: José Manuel Garcia
disponível em: https://accaopopularlibertaria.files.wordpress.com/…/religi…
A Historiografia das Religiões Antigas do Oidente Peninsular, Helena Gomeno Pascual, in «Religiões da Lusitânia : Loquuntur Saxa», Museu Nacional de Arqueologia, 2002.
Sobre o Santuário de Endovélico, propomos a leitura de:
«A INVESTIGAÇÃO EM TORNO DO SANTUÁRIO
DE S. MIGUEL DA MOTA:
O PONTO DE SITUAÇÃO»
Thomas G. Schattner
Instituto Arqueológico Alemão – Madrid
Carlos Fabião
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Amílcar Guerra
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa
Texto a partir de recolha de Filomena Barata.
Na imagem: Portadora de oferendas. Santuário de Endovélico. Fotografia: Museu Nacional de Arqueologia. Exposição «Religiões da Lusitânia».


segunda-feira, 1 de julho de 2019

Os meses de Julho e Agosto Filomena Barata (Reeditado Julho 2014)

[Setúbal na Rede] - Os meses de Julho e Agosto
Julho 2014
Filomena Barata

Atravessando nós já o Verão passado, que foi em Junho o Solstício, estamos num Julho a que, mesmo com a crise que atravessamos, faz apelos às praias ou aos lugares de reencontro em que se reúnem em férias, os que vivem fora do país ou à descoberta de novos sítios ou experiências.
A vida de todos nós é afinal vincada pelo Tempo, essa entidade que hoje nos surge quase que como abstracta, mas que sempre foi marcada por uma relação estreita do Homem com a Natureza, relacionando-se os ciclos da vida e da sociabilidade com festividades em sua honra, muitas das quais perduram nos nossos dias, mesmo que com novos nomes e figurinos.
É dessa relação do Homem com o Tempo que tentaremos hoje falar, baseando-nos em vários trabalhos publicados sobre o tema, de que, desde já se salienta "Calendários romanos" e "Calendário romano División de los años", cuja leitura recomendamos.1
O calendário deve a sua denominação às "calendas" que, no antigo calendário romano, era o primeiro dia de cada mês, quando ocorria a Lua Nova. Daí provém a expressão para "as calendas gregas" que, afinal, nada mais quer dizer do que "nunca mais", pois os gregos não tinham "calendas" nos seus calendários.
Ao que se sabe, os primeiros calendários conhecidos são o hebreu e o egípcio, tendo ambos um ano com 360. Cerca de 5.000 a.C. após muitas reformas, os Egípcios optaram por um ano de 365 dias, havendo já consciência de que existia um desacerto em relação ao Tempo real.
Em Roma conhece-se a existência de calendários desde a fundação da cidade de Roma, em 753 a.c., atribuindo-se a Rómulo, o seu fundador mítico a introdução do primeiro calendário que dividia o ano em 304 dias, distribuídos por dez meses, tendo os quatro primeiros os nomes de divindades mitológicas, ou seja Martivs; Aprilis; Maivs; Ivnivs e os outros eram designados por números decimais.

Martivs, em honra de Marte, pai, segundo a Mitologia, dos fundadores de Roma, Rómulo e Remo.
Aprilis, possivelmente consagrado a Vénus, a quem alguns alegam relação com Apru em etrusco.
Maivs, que se parece relacionar com a deusa Maia, mas que alguns estudiosos atribuem ao culto dos antepassados, os "Maiores".
Ivnivs, consagrado a Juno.
Qvintilis, por ser o quinto mês. Passou a ser designado Ivlivs (Julho) após a morte de Júlio César, por ser o mês do seu nascimento, como veremos de seguida.
Sextilis, o mês sexto que, mais tarde, se passou a chamar Avgvstvs, em honra de Octávio Augusto.
September, o sétimo mês
October, o oitavo mês.
November, o nono mês.
December, o décimo mês.

Fotografia a partir de Aqui


Nuestro calendario y su origen romano, José Antonio Cabezas Vigara



Numa Pompílio, o segundo rei de Roma (715-673 a.C.), por sua vez, adoptou um calendário adaptado ao ciclo lunar, composto por 355 dias, distribuídos por doze meses, tendo-se assim formado dois novos meses, Janvarivs, dedicado ao deus Ianvs, e Febrvarivs, que passou a ser o último mês do ano dedicado em honra de Febrvo, mais conhecido por Plutão, deus da purificação dos mortos a quem se ofereciam sacrifícios. Esses dois meses foram obtidos porque, ao que reza a História, o rei considerava que os meses com dias pares eram azarados, tendo diminuído um dia a cada um dos seis meses de trinta dias a que juntou mais 50.




Tabela 2 - Meses do Calendário de Numa Pompílio

Na fotografia: Meses do Calendário de Numa Pompílio
A partir de aqui:



Inscrição com o calendário romano, antes da reforma juliana. Observe a presença dos meses Quintil e Sextil, e a possibilidade de inserção de um mês intercalar. Fotografia e legenda a partir de: https://pt.wikipedia.org/wiki/Calend%C3%A1rio_romano...

Nenhuma descrição de foto disponível.
No entanto, nem assim se conseguiu obter um acerto definitivo, após várias reformas acabou-se por acrescentar de 4 em 4 anos mais dois meses ao ano, denominados Mercedonios ou Intercalares, mas cuja marcação móvel ao critério dos colégios sacerdotais originava enormes confusões na sociedade.
Assim, para colmatar essas dificuldades e inconvenientes, Júlio César decidiu proceder a um novo ajuste do calendário, pois estava 67 dias adiantado em relação ao ciclo das estações, tendo-se socorrido do astrónomo Sosígenes para que estudasse a situação e o tentasse acertar.
Após uma experiência no ano de 46 a.C. cuja reforma não resultou, em 45 a.C., Júlio César adoptou um novo calendário solar, conhecido por Juliano, e fixou-se a duração do ano em 365 dias, 5 horas e 52 minutos, num sistema que devia desenrolar-se por ciclos de quatro anos, com três comuns de 365 dias e um bissexto de 366 dias, a fim de compensar as quase seis horas que havia de diferença. Como homenagem, após a sua morte, o mês Quintilis passou a se chamar Julius.
É a partir do imperador Augusto que o Senado romano decreta que o oitavao mês, Sextilis, se passasse a chamar Augustus, hoje Agosto, mês em que pôs fim à Guerra Civil (e que também foi o da sua morte, de que este corrente ano se comemora o bilimileário), passando a ter também 31 dias, para que não fosse inferior ao mês dedicado a Júlio César, tendo sido esse dia retirado de Februarius que passou a ter, como ainda agora acontece, 28 dias nos anos comuns e 29 nos bissextos. Para que não houvesse tantos meses seguidos com 31 dias, os meses de Setembro e Novembro passaram a ter 30 dias e Outubro e Dezembro 31.
O calendário, a sua marcação como hoje a conhecemos, é pois herança directa dos Romanos, como tantos outros aspectos da nossa vida contemporânea, sendo que também eles foram herdeiros dos povos que os antecederam, fazendo do Tempo, esse grande Escultor, como fabuloso título do livro de Marguerite Yourcenar.
Saibamos, assim homenagear a herança de Augusto, neste mês e no mês de Agosto em que nasceu, no que respeita a muitas das reformas administratives introduzidas no território e, mais que tudo a Pax Augusta que com ele se assistiu neste espaço que outrora pertencia à Província da Lusitânia.
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1 http://www.infoescola.com/historia/calendarios-romanos/
http://www.imperioromano.com/62/el-calendario-romano.html

domingo, 23 de junho de 2019

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Uma visita a Setúbal e Troia no Solstício de Verão (reed. de 2013)

[Setúbal na Rede] - Uma visita a Setúbal e Tróia no Solstício de Verão





























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Uma visita a Setúbal e Troia no Solstício de Verão


Saudades tinha de ir ver o Alentejo, quando há uma quinzena atrás resolvi fazer uma rota já tantas vezes percorrida, atravessando em Direcção a Miróbriga, Santiago do Cacém, por caminhos iguais, mas sempre diferentes, pois em todos eles algo me surpreende sempre.

Refiz um Itinerário já aqui proposto do Vale do Sado e, em Alcácer, pode rever a belíssima exposição da Cripta do Castelo, bem como o Santuário do Sr. Dos Mártires onde a paz do fim do dia serena qualquer ânimo mais agitado.




Ente Grândola, na direcção da Comporta, tive a oportunidade de repousar num destes novos espaços de turismo rural, onde ainda é possível que o lazer conviva de braço dado com a exploração agrícola e pecuária.

Ali, soberanos sobreiros ainda marcam a paisagem e parecem recortar o entardecer quando se torna negra a silhueta, até que, rumando, no dia seguinte, a Miróbriga me deixei levar pelos murmúrios das «pedras que falam» e ali contam uma história sempre renovada de uma cidade de outrora, romana e, antes dela, de povos da Proto-história.

Mas, não é dessa caminhada que vos quero falar hoje aqui, mas de uma visita que a Associação Portugal Romano vai realizar no próximo fim de semana a Setúbal e às Ruínas Romanas de Tróia, sagrando, deste modo, o Solstício de Verão.

O ponto de encontro será o Museu de Arqueologia e Etnologia do Distrito de Setúbal, pelas 11h, onde a sua amável Direcção nos permitirá conhecer o acervo de materiais romanos aí existente e nos viabilizará uma visita a um mosaico, também de origem romana, localizado no interior der uma casa nas proximidades.

Rumaremos depois a Tróia, ao imponente complexo industrial sobre o qual também aqui já discorremos, onde esperamos conviver almoçando junto à Caldeira do Sado e assim fazer jus a esse momento em que se exalta a Vida, no seu esplendor.















Retomando um tema que muito me apraz, relembro que o Solstício de Verão marca o apogeu do percurso solar, como o Sol no zénite, no ponto mais alto do céu. Trata-se do dia da festa do Sol.

Dá-se a entrada do Sol no signo de Caranguejo.

O nascimento de S. João Baptista, a 24 de Junho, assinala, no mundo cristão, o solstício de Verão, enquanto o de Cristo corresponde ao solstício de Inverno. "Na tradição hindu, o solstício de Inverno abre a
 devayana, a via dos deuses, o solstício estival abre a otriyana, a via dos antepassados, que corresponde (...) às portas dos deuses e dos homens» (Chevalier, et alii, Diccionário dos Símbolos).

As festas de S. João são celebradas entre várias religiões e mesmo entre várias organizações iniciáticas, pois, para além da sua associação à água e ao Baptismo é também simbolicamente conotado com o fogo,  e o Sol, porque é através dele que tudo se vivifica, se reinicia um ciclo, integrando o anterior, mas passado pelas chamas purificadoras e regeneradoras.

É demais evidente através das suas palavras a ideia de uma passagem do Mundo das Trevas ao Mundo da Luz, motivo pelo que ainda nas festas populares também se salta à fogueira, queimando ervas de cheiro purificadoras.
O Fogo, esse Elemento que permitiu ao Homem evoluir enquanto espécie, fonte de energia que faz brotar a vida, renascendo diariamente, é considerado Sagrado desde a Antiguidade Remota e, quer na Antiga Grécia, quer em Roma,  guardado e transportado para as novas fundações, motivo pelo que, ainda hoje, os Jogos Olímpicos se iniciam com a entrega da tocha acesa. Os Solstícios que ocorrem quer no Inverno, quer no Verão, marcam mudanças fundamentais: são novos ciclos, tornando-se com cada um deles os dias mais longos e mais curtos, abrindo o Solstício der Inverno uma fase ascendente e o de Verão uma fase descendente.

Para as primeiras sociedades, a época das colheitas era  celebrada no dia mais longo do ano - O Solstício de verão, pois a sobrevivência durante o período invernal delas. Por seu lado, o Solstício de Inverno marcava a viragem para uma época de maior calor. Em Roma, os dois Solstícios são figurados através das duas faces de Janus, divindade das passagens, dos princípios e dos fins: uma face era de um jovem, símbolo do Futuro, e a outra a de um velho, símbolo do Passado e do ano que se prepara para o terminus a partir do Verão. Uma das faces dirige-se para a Luz e outra olha as Trevas, motivo pelo que a divindade era celebrada duas vezes por ano.


Não admira, portanto, que João, embora tendo crescido na Judeia , tenha também essa feição do romano Janus, que aqui se espelha em S. João Evangelista e em S. João Baptista.


E porque se aproxima o Solstício de Verão, o maior dia do ano, vamos ver a luz serenamente poisar junto a esse rio que corre de Sul para Norte e ver o sol poisar-se sobre o mar, pois a Lusitânia é, na Europa, o sítio onde ele se deitará mais tarde, não sei se rugindo como diziam os autores clássicos a propósito do Promontório Sagrado!
De acordo com certas variações do calendário grego – que diferiam amplamente por região e época – o solstício de verão era considerado o primeiro dia do ano. 
Vários festivais se realizavam nessa altura, designadamente o Cronia, que celebrava o deus da agricultura Cronos. 
O rigoroso código social era temporariamente suspenso durante o período de duração do Cronia, e até os escravos podiam participar das festividades em total igualdade, ou mesmo sendo servidos por seus senhores. O solstício de verão também marcava o início da contagem regressiva de um mês para o início dos jogos olímpicos.

Os Romanos nos dias que precediam o solstício de verão celebravam o festival de Vestália, que honrava Vesta, a deusa da família (conjuntamente com Juno zelava pelo casamento) e que protegia as mulheres e a virgindade.
Era, portanto,  a Deusa da Pira e do Fogo Sagrado.
Os rituais que lhe eram dedicados incluíam o sacrifício de um bezerro não nascido retirado, portanto, do útero de sua mãe. Esta era a única altura do ano em que era permitido às mulheres casadas entrar no templo das virgens vestais que guardavam a chama sagrada e lá fazer suas oferendas.


"Além disso, (o rei sabino Numa Pompílio) escolheu virgens para o culto de Vesta, sacerdócio oriundo de Alba, que era conhecido pela família do fundador de Roma
; para que as sacerdotisas pudessem dispensar cuidados frequentes ao templo, estabeleceu-lhes uma remuneração fornecida pelo estado, e tornou-as, com voto de castidade e com outras cerimônias veneráveis e sagradas"
Tito Lívio. História de Roma, livro I.
“Diz-se ainda que Rómulo instituiu, pela primeira vez, o culto ao fogo, designando virgens sagradas, conhecidas por Vestais. Outros, porém, atribuem a medida a Numa, embora admitam que Rômulo fosse, de outras formas, uma pessoa extremamente religiosa [...] [4] e a Numa é atribuída a consagração das Virgens Vestais, e a atribuição da adoração e do cuidado do fogo perpétuo, que lhes é encarregado"
Plutarco, Vidas paralelas, Vida de Numa
Os Romanos, nos dias que precediam o solstício de verão, celebravam o festival de Vestália, que honrava Vesta, a deusa da família (conjuntamente com Juno, que zelava pelo casamento) e que protegia as mulheres e a virgindade.
Era, portanto, a Deusa da Pira e do Fogo Sagrado.
Os rituais que lhe eram dedicados incluíam o sacrifício de um bezerro não nascido, retirado, portanto, do útero de sua mãe. Esta era a única altura do ano em que era permitido às mulheres casadas entrar no templo das virgens vestais que guardavam a chama sagrada, para lá fazer suas oferendas.



Na imagem: Áureo de Faustina I com representação de Vesta

Áureo de Faustina.
«Anverso: Busto drapeado de Faustina, à esquerda, com pormenor do penteado. À volta: FAVSTINA.AVG.ANTONINI.AVG.P.P Reverso: Vesta, à esquerda, drapeada e velada, sentada num trono com "Palladium" na mão direita e ceptro na mão esquerda. À volta: VES TA »
Museu Nacional de Arqueologia.
Nº Inv. Au 534
138 d.C. - 141 d.C
Borralheira. Teixoso, Covilhã
Comentário e Fotografia (de Mathias Tissot) a partir de: http://www.matriznet.dgpc.pt/.../ObjectosConsultar.aspx...

Deixemos junto ao Sado essa nossa homenagem ao Sol criador e a Vesta, essa divindade do Fogo Sagrado!


Junho, 2013.