segunda-feira, 5 de julho de 2010

Já que o período de férias se aproxima, falemos das «Pousadas de Portugal»: o Alentejo



As Pousadas de Portugal – O Alentejo

Criadas pela Lei 31.259 de 1 de Maio de 1941, por iniciativa de António Ferro, que dirigiu o Secretariado da Propaganda Nacional (SPN)* desde a sua criação, por Salazar, em 1933, até 1949.

As Pousadas foram concebidas para "alojar os visitantes e fornecer-lhes a alimentação no respeito do estilo de cada região", aliás muito dentro da linha de pensamento que caracterizava António Ferro que tentou impor uma "política do espírito", que buscava, por um lado, recuperar como fonte viva o folclore português e, por outro, fazer de algum modo uma pedagogia do moderno em arte.

«Quando um hóspede deixar de ser tratado pelo nome, para ser conhecido pelo número de quarto que ocupa, estaremos completamente desviados do espírito das Pousadas.»
António Ferro, 1942.

Assim surgiram as primeiras Pousadas Regionais, destinadas a alojar os visitantes e fornecer-lhes condições de acolhimento, segundo as tradições de cada região.

A primeira unidade da rede foi inaugurada em 1942, em Elvas, no Alentejo, região que concentra o maior número de pousadas históricas. A pousada de Elvas infelizmente foi fechada enm data recente.
Outras "Pousadas Regionais" foram sendo inauguradas, sempre com um número reduzido de quartos com uma especial atenção à gastronomia regional.

Na década seguinte, o conceito de Pousada foi alargado com o surgimento das "Pousadas Históricas", localizadas em monumentos, muitos deles classificados, e devidamente restaurados para o efeito. Pelas suas características que melhor viabilizam a instalação de infra-estruturas como Pousadas, os imóveis preferencialmente ocupados são antigos conventos, mosteiros e castelos, a exemplo dos castelos de Óbidos, de Alcácer do Sal ou do Alvito, como se pode verificar no mapa da página oficial das Pousadas de Portugal
http://www.pousadas.pt/historicalhotels/PT/.

A primeira pousada a ser criada segundo este novo conceito foi a Pousada do castelo em Óbidos.

Esse tipo de oferta turística diferenciada rapidamente se espalhou pelo país, de Norte a Sul do Portugal, nos Açores e mais recentemente também no Brasil.
As Pousadas de Portugal estiveram, até recentemente, classificadas apenas segundo duas categorias, Históricas e Regionais.
Tendo em vista diferenciar a oferta, foram posteriormente introduzidos novos conceitos temáticos, segundo a vocação específica de cada uma delas, sendo agremiadas nos seguintes grupos:
 Pousadas Históricas
 Pousadas Históricas Design
 Pousadas Natureza
 Pousadas Charme

Desde a origem, em todas as Pousadas de Portugal se fez uma aposta na divulgação da gastronomia regional e nos vinhos portugueses.

Também desde sempre, as Pousadas de Portugal sentiram a necessidade de privilegiar a recuperação do património arquitectónico nacional, assegurando dessa forma a conservação de monumentos e, em paralelo, pois só dessa forma poderiam fomentar a oferta de um produto turístico diferenciado e de maior qualidade, pretendendo ainda ser o reflexo da região ou da zona onde estão inseridas.
Obviamente que a adaptação às novas funções, exigiu que fossem feitas remodelações em muitos deles, pois era necessário criar condições de conforto e bem-estar.
Tentaram ainda adequar o mobiliário e decoração de forma a harmonizarem-se com a região ou simplesmente evocando a ambiência histórica do monumento (móveis de estilo, tapeçarias, quadros, etc.).


O Conceito Pousadas


O termo "Pousada" evoca uma ideia de pausa, tentando reviver a ideia do viajante que faz uma “paragem”, tendo, na sua origem, sido clara a opção pela ciação de infra-estruturas quase de cariz familiar, ou seja, a continuação da casa.

A rede das Pousadas

Até recentemente as Pousadas estavam divididas em Regionais e Históricas.
Actualmente essa divisão foi expandida criando-se quatro conceitos de Pousada:

Pousadas Históricas: o Alentejo
(em edifícios históricos)
1. Alvito - Pousada do Castelo de Alvito
2. Beja - Pousada de São Francisco
3. Estremoz - Pousada da Rainha Santa Isabel
4. Évora - Pousada dos Lóios
5. Vila Viçosa - Pousada de D. João IV


Pousadas Históricas Design
1. Alcácer do Sal - Pousada de D. Afonso II
2. Arraiolos - Pousada de Nossa Senhora da Assunção
3. Crato - Pousada Flor da Rosa
Pousadas Natureza: o Alentejo
(em lugares calmos e relaxantes, propícias ao ecoturismo)
1. Santiago do Cacém - Pousada da Quinta da Ortiga
2. Sousel - Pousada de São Miguel
3. Torrão - Pousada de Vale do Gaio

Pousadas Charme: o Alentejo
(em construções ou lugares típicos)
1. Elvas - Pousada de Santa Luzia (primeira Pousada da rede)
2. Marvão - Pousada de Santa Maria

A problemática da refuncionalização/reuso dos Monumentos em Portugal

Se bem que se continue a privilegiar a manutenção e conservação integral dos imóveis de valor histórico, cuja classificação, em Portugal, pode ter três nomenclaturas: Monumento Nacional; Imóvel de Interesse Público ou Imóvel de Interesse Concelhio, é um facto que a adaptação de alguns imóveis a novas funções conduz necessariamente a que algumas alterações tenham que ser efectuadas, tentando-se, contudo, que o imóvel classificado seja o menos alterado, ou adulterada a sua integridade. Aliás, usando as próprias palavras dos sues responsáveis « (...) as Pousadas de Portugal (...) priveligiaram sempre nas suas decisões de investimento a recuperação de património arquitectónico nacional»  (in Pousada Nª Sra da Assunção, ENATUR, 1996).
Sempre que seja necessário fazer uma ampliação, pois a viabilidade financeira de muitos empreendimentos depende da criação de novas infra-estruturas ou mesmo da ampliação das existentes, dá-se a primazia a uma nova linguagem arquitectónica que não mimetize os monumentos ou os imóveis pré-existentes.
No entanto, as exigências no que se refere a situações em que foram viabilizadas reestruturações no interior de imóveis classificados foram sendo cada vez maiores, nomeadamente no que respeita aos estudos aprofundados dos mesmos, suas tipologias, características construtivas ou mesmo aspectos relacionados com o Património Integrado – pinturas, esculturas, frescos, talhas, ou às eventuais pré-existências arqueológicas, que exigem em zonas de sensibilidade escavações prévias.

O IGESPAR tem como missão tutelar as intervenções e conservar, preservar, salvaguardar e valorizar o património arquitectónico português, incluindo-se neste universo o conjunto de bens imóveis de especial valor histórico, arquitectónico, artístico, científico, social ou técnico subsistentes, através da emissão de pareceres vinculativos que incidam sobre monumentos ou sítios classificados, ou em vias de classificação e respectivas áreas de protecção, a realização de obras de conservação, reabilitação e restauro em imóveis e sítios classificados propriedade do Estado, a classificação de imóveis e sítios arqueológicos e a gestão dos principais monumentos nacionais, bem como acompanhar a elaboração de instrumentos diversos de planeamento urbanístico, de ordenamento do território e de Estudos de Impacte Ambiental..
Aos imóveis classificados deve corresponder promoção o estabelecimento de zonas especiais de protecção ou zonas non aedificandi, que visam a protecção legal dos bens culturais e dos seus contextos.

*A partir de 1944 o Secretariado da Propaganda Nacional passa a designar-se Secretariado Nacional da Informação

http://www.pousadas.pt/historicalhotels/PT/

Informação de base das Pousadas e imagens gentilmente cedidas pelo Turismo de Portugal: Pousada de Santiago do Cacém; Pousada de S.Francisco, Beja.

CHARME E RELAX
Pousada Santa Maria em Marvão http://www.pousadas.pt/historic-hotels-portugal/pt/pousadas/alentejo-hotels/pousada-de-marvao/sta-maria/pages/home.aspx

Quem gosta de história, natureza, relax e degustação, nada melhor que uns dias neste espaço de verdadeiro sonho.
Marvão, foi outrora refúgio de um governador mouro (Maurwan) por algum motivo evidente - a beleza paisagística deste local.
As muralhas da época medieval (séc. XIII) retratam um passado histórico que integram esta pousada dando-lhe um cariz de "conto de fadas). A complementar uma gastronomia regional alentejana de modernidade e requinte.
Destino convidativo a não esquecer.

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